terça-feira, 18 de março de 2014

[Wii no Wii U] - CURSED MOUNTAIN. (Análise)


Meu nome é Erik Simmons. Estou em busca do meu irmão Frank Simmons (um dos alpinistas mais respeitados do mundo) desaparecido na província de Chomolonzo, Himalaia – o último local em que foi visto. Após subir as geladas montanhas equipado de apenas um walkie-talkie, finalmente consegui chegar a um vilarejo. Povoado?, Antes fosse...“ – declarações de Erik Simmons.


Budismo Zen Retoque de tranqüilidade.

Sentiu o drama?... Uma hora da manhã na madrugada de Domingo. Além do medo, um vento tão ou mais gelado que a ambientação do jogo invadiu meu quarto, sem bater a porta.
O que aparentava ser mais um título genérico do gênero Survivor Horror, é um jogo único por ter a premissa muito original com nível de realidade impressionante para o padrão do Wii.


Ficha técnica
Plataforma: Wii
Produção: Deep Silver.
Distribuição: Deep Silver.
Jogadores: 1
Lançamento nos EUA: 05 de Fevereiro/ 2010.

Com algumas referências às lendas do Tibet, o exclusivo jogo da Deep Silver. (estúdio por trás de Dead Island - X360/ PS3) para Wii o transporta para os mistérios mais inquietantes e perturbadores do antigo Budismo primitivo praticado nas montanhas do Himalaia, já que na filosofia e religião mais antiga do mundo existem mais de cem mil diferentes escolas e ramificações.


 E que o mistério permaneça...
O que pode ser mais aterrorizante senão o desconhecido? Assim como a Vida não é só feita de sombra e água fresca, a história do Budismo introduzido pelo príncipe indiano Sidarta Gautama não foi construída sob um ambiente de Paz sob a meditação profunda de
monges, lordes e sábios.
Diz a lenda, que a linha que separa o planeta em estado físico do plano espiritual é tênue. E
mais além do que nossos olhos são capazes de enxergar, somos acompanhados tanto por
deuses quanto demônios budistas.


Junte algumas linhas de pensamento às supersticiosas crônicas budistas encontradas pelo
protagonista Erik Simmons, e prepare seus nervos ao andar pelas ruas desertas do vilarejo tido como amaldiçoado.
O que o fará sentir medo não é representado por zumbis em bando nem tão pouco gotas de
sangue; e sim, a sensação de isolamento aonde alguém disse adeus para sempre! No fundo,
você saberá que alguma surpresa desagradável o espera na espreita. Após ter encontrado em uma das cabanas uma picareta de gelo e um monge ter concedido o poder da terceira visão, o ocidental Erik descobre que a tal picareta usada pelo seu irmão guarda poderes místicos.


Espere um instante! Aquilo que você viu passando entre os corredores não é apenas um vulto.
Serão estes os mesmos espíritos que atacaram o irmão de Erik? Quem sabe...


Passado na década dos anos 80 - Era que antecede o uso de telefones, celulares e outras
tecnologias; ao invés de armas de fogo, você usa a picareta de gelo para enfrentar os vultos,
que quando acoplada a uma faca mística nomeada “Kartrika” faz com que o subconsciente do protagonista viaje ao plano espiritual, liberando descargas elétricas. Depois de neutralizados, realize um ritual em forma de “MUDRAS – mágicos gestos feitos com as mãos” realizados através de movimentos predeterminados do Wii-remote para desintegrar os espíritos do plano material. A mecânica inovadora também é usada para desativar algumas portas bloqueadas por ideogramas mágicos. Porém, nem todos os comandos e gestos são
reconhecidos com a velocidade que deveriam, especialmente nas horas mais tensas. Certamente, o reconhecimento dos movimentos seriam menos datados se os devs da
Deep Silver resolvessem utilizar o motionPlus - periférico que aumenta a precisão dos acelerômetros já existentes no controle do Wii.

Pena que a fórmula que mistura fantasia e realidade se torna repetitiva mais a frente, por mais
tenso que sejam os combates. Porém, enfrentar cada um dos chefes de Cursed Mountain é um show a parte, por serem baseados nos deuses e demônios budistas.


Além de talismãs enigmáticos, artefatos e telegramas, Erik busca encontrar pistas através de
parábolas anotadas em diários e mandalas pintados em panos sobre as paredes das cabanas. Os incensos usados para reverenciar os ancestrais e purificar o ambiente, recarregam sua energia vital.
Uma produção acima da média no Wii.
O velho ditado popular “não julgue o livro pela capa” se encaixa perfeitamente ao quesito. Os
produtores da Deep Silver não estavam brincando quando declararam que ao utilizar a nova engine, proporcionariam um dos visuais mais bonitos do Wii. Desde o início do game, quando Erik Simmons equipado de apenas um Walking-talkie. (emitindo a voz pelo speaker do “Wii-Remote”) sobe as montanhas do Himalaia, você percebe o incrível detalhamento dos cenários bem construídos enriquecido por efeitos de partículas para reprodução dos efeitos climáticos e de névoa, reflexo dos personagens por sombras dinâmicas em movimento sem falhas de colisão, dentre outras qualidades. Destaque para as tomadas de câmeras que intensificam a ação e ao modo realista que o protagonista se movimenta diante dos obstáculos ao subir as montanhas íngremes como a falta de oxigênio e ventos fortes, por exemplo.


 A direção artística impõe respeito por reproduzir com fidelidade as ruas desertas do gigantesco vilarejo repleto de cabanas e templos compostos por cores neutras e texturas adequadas rodando a 60 frames por segundo sem os famosos loadings, apenas poucas caídas de frames durante o combate abarrotado de elementos na tela.


Mais impressionante é quando você atinge outras altitudes e ao olhar para baixo, avista todo o ambiente gerado em tempo real do mesmo jeito de quando estava próximo dele.
O que seria um filme de terror se exibido em cinema mudo? Talvez um programa tão
incomunicável quanto um canal fora de transmissão. Ao invés de pianos e violinos, imaginem
que seus ouvidos serão perturbados por vozes de monges em oração, sinos, choros de pessoas aflitas e sussurros do som ambiente; onde a ventania acompanhada por vultos te
chama pelo sobrenome.


Os jogadores mais exigentes torcerão o nariz por Cursed Mountain não oferece
desafios tão cabeludos para se chegar ao final.


Ainda que o 'Survivor Horror' tenha alguns deslizes como a repetitiva fórmula de exorcizar os espíritos, buscar pistas nas escrituras e a ultrapassada mecânica de procurar por chaves secretas, a atmosfera nunca antes explorada em um jogo do gênero e a bem elaborada história de Cursed Mountain são convidativas o suficiente para prender sua atenção até que se descubra o que realmente aconteceu com o irmão de Erik Simmons.
Você não terá uma experiência similar em um jogo do gênero para outra plataforma.

Gráficos e Direção de Arte = 8

Som e Efeitos Sonoros = 9

Jogabilidade e Interatividade = 7

Diversão = 7
Desafio = 7

Movimentação e Fluência = 8

Longevidade = 7
Média = 8

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