quinta-feira, 2 de junho de 2016

[Wii no Wii U] > FRAGILE DREAMS: FAREWELL RUINS OF THE MOON.

Depois de enterrar o seu falecido avô nos escombros de um florido jardim, o jovem Seto vaga no silêncio do mundo pós-apocalíptico acompanhado apenas pela claridade da Lua sobre a cidade sem luz, sem movimento, sem habitantes. Será?...


Ele não está sozinho. 
A quietude que permeia por todos os ambientes é perturbadora e esconde forças extraterrenas.

O breve início do jogo que aparenta ser um tutorial introduz as belas cenas de abertura de Fragile Dreams: Farewell Ruins of the Moon - Um dos jogos mais bonitos e emotivos do Wii, senão um dos mais tristes. 


*Destaque para a música de fundo "Hikari" interpretada pela cantora do gênero JPop - Aoi Teshima. Coração de pedra daquele que não emocionar com a canção.



 Lançado em 16 de Março de 2010, o projeto desenvolvido exclusivamente para Wii pela Tri-Crescendo é um híbrido J-RPG/ Ação com elementos de Survivor Horror, Terror psicológico, sistema de progressão linear e controles simples.


A exploração começa quando o jovem andrógino avista uma misteriosa menina de cabelos acinzentados cantado sentada sobre a torre de concreto. Ao ser surpreendida por seus olhares apaixonados, a menina corre para o subterrâneo de uma estação de trem abandonada. Infelizmente, Seto não consegue alcançá-la. 


Quando o silêncio não mais proporciona calma...


Equipado com apenas uma lanterna, mochila e um troco de madeira, Seto explora ambientes claustrofóbicos e hostis que eventualmente, é invadido por aparições fantasmagóricas.


Além de iluminar caminhos obscuros, a lanterna manipulada por sensor de movimentos do Wii-Remote detecta espectros, desmistifica as mensagens ocultas dos desenhos bizarros sobre a parede em busca de pistas.

Enquanto as andanças do protagonista é controlada por direcional analógico do Nunchuk, o posicionamento da luz emitida pela lanterna é manipulada pelo "pointer" do Wii-Remote.





Com o botão B pressionado, o ângulo de visão passa a ser em primeira pessoa para que o jogador investigue os pontos minuciosos do ambiente que abrigam chaves, brinquedos, mensagens subliminares e poucos objetos de defesa.






Apertando cada um dos lados do direcional digital do Wii-Remote, é mostrado o diagnóstico de vida útil do protagonista, um mapa geral do ambiente, o espaço interno da mochila para organizar um limite de itens encontrados e um espaço reserva para guardar os itens aparentemente desnecessários para aquela ocasião.


Para desferir os ataques sequenciais com o pequeno pedaço do tronco de madeira em mãos, basta apertar o botão A por repetidas vezes.

Porém, o tronco se quebra ao meio se usá-lo em demasia para atacar fantasmas proporcionalmente maiores. Além de troncos maiores, Seto faz de outros objetos como machados e estilingue, suas novas armas para atacar os fenômenos sobrenaturais.

Ainda que o sistema de controle soe inovador por fazer bom uso das funcionalidades únicas do Wii-Remote, as mecânicas de combate são datadas e carecem de um polimento. Talvez para não prejudicar a precisão da lanterna manipuladas por sensor de movimentos, o pointer do controle faz com que o personagem nunca fica de frente para a câmera. Felizmente, essa deficiência não chega a estragar com a experiência no geral.

Em compensação, alguns recursos do console intuitivo foram explorados com sabedoria e criatividade à exemplo do speaker.




No determinado momento que o espírito de uma menina peralta brinca de esconde-esconde ao ficar invisível, o jogador deve levar o controle remoto próximo da orelha para escutar as suas risadas em diferentes volumes, adivinhando a distância em que o fantasma está, enquanto caminha pelo cenário. É demais.


Dentre os objetos encontrados nos escombros do mundo aparentemente desolado; coleiras, brinquedos, garrafas de leite, fotos e conversas gravadas em rádios portáteis revelam pistas ao intrigante pano de fundo.



As vozes que descrevem as memórias de seus antigos donos falecidos  em doses homeopáticas são comoventes e emocionantes. (para quem entende Inglês, claro) enquanto Seto ouve com apresso sentado em torno da fogueira. (que também é usada para salvar a progressão).


Os elementos de RPG vão desde recuperação de armas até “upgrades” de energia vital.

Embora Fragile Dreams tenha qualidade e elementos suficientes para recriar um novo conceito de J-RPG, seu desenrolar é dolosamente denso e dramático para o gosto dos jogadores ocidentais resistentes ao novo senão impacientes.


Qual é a razão para classificá-lo como um dos jogos mais bonitos do Wii? Simples. Mais do que camadas de alta resolução para tampar alguma textura mal acabada, é impressionante observar o cuidado e o bom gosto com que a equipe de desenvolvimento Tri-Crescendo. (responsáveis por Baten Kaitos - GameCube e Eternal Sonata, de X360) teve na direção de arte por misturar as particularidade de duas diferentes técnicas visuais dentro das possibilidades que o hardware do Wii oferece.



Enquanto as estações de trem em ruínas repleta de destroços de alta tecnologia, hotéis e parque de diversões assombrados e outros cenários gerados em tempo real são construídos e texturizados por minuciosos detalhes e tonalidades enferrujadas para dar um aspecto semi realista, os personagens em Cel-Shadded no melhor estilo Mangá são modelados por tons pastéis, cheios de vida e personalidade.




Duas horas de silêncio. Cinco horas, sete ou até quem sabe quase sempre.  

O medo nem sempre é transmitido por gritos ou barulhos ensurdecedores a não ser o próprio silêncio.
Seus ouvidos serão surpreendidos por sutis dedilhadas nos sinistros
acordes de piano, ruídos assustadores, sussurros sobrenaturais também emitidos pelo auto falante do Wii-remote.
O jogo explora um dos maiores temores de hoje no mundo real, a Solidão como instrumento do Medo ao proporcionar a sensação de desolamento áudio visual. 



Até porque, boa parte dos fantasmas são visualmente fantasiosos. 

Seria este o tão especulado fim do mundo? Talvez.

Antes que o mundo se acabe de vez, apenas um último pedido...

Embora não seja um jogo direcionado para todos os tipos de jogadores, Fragile Dreams: Farewell Ruins of the Moon. (Wii) redefine a fusão entre J-RPG de Ação e Survivor Horror com um toque de ingenuidade. A sua narrativa é mais espetacular e arrebatadora do que o ritmo do jogo em si. Ainda que o sistema de combates deslize pela falta de refinamento de câmera e movimentação. (mas não ao ponto de prejudicar a experiência), todos os outros elementos que o diferencia do conceito dos demais jogos lançados até hoje, laçam os jogadores aficionados por títulos japoneses. 

 


Gráficos: 8
Direção de Arte: 9
Som: 10
Jogabilidade: 7
Interatividade: 9
Diversão: 7
Replay: 8

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