Yes! Nós temos bananas (!!!)
Antes da Nintendo abrir mão dos 49% de sua parcela nas ações da saudosa Rare à venda para a Microsoft, as sequências dos best-sellers para Nintendo 64 - Banjo Kazooie/ Tooie, Jet Force Gemini, Conkey´s Bad Fur Day, Perfect Dark, Killer Instinct e o memorável 007 Golden Eye eram desejadas por uma enorme legião de fãs, incluindo a produção de um novo Donkey Kong à altura de DK64. (N64) e sobretudo, de seus predecessores em 2D side-scrolling que marcaram época na era 16-Bits.
Antes de Star Fox Adventures. (GameCube) ter sido o game de despedida da subsidiária Rare, um projeto apelidado Donkey Kong Racing estava nos planos da empresa britânica. Mas infelizmente, não passou de uma demo técnica exibida durante à E3 2001.
Desde então que a contragosto dos funcionários que ainda permaneceram na nova Rare, o segundo console da Microsoft - X360 foi bombardeado por continuações genéricas de Perfect Dark, Banjo-Kazooie e outros novos projetos afetados pela falta de identidade quanto Kameo: Elements of Power.
O
insucesso ocasionou no descontentamento e posteriormente, a demissão dos
principais artistas da empresa enquanto a EAD Tokyo finalizava Donkey Kong: Jungle Beat para GameCube.
O atrativo de DK: Jungle Beat
com profundidade 3D era a forma como se jogava por meio
de um controle/periférico no formato de Bongôs, e não pela existência
significante do jogo em si.
Então com os avanços tecnológicos dos novos consoles e a base instalada do Wii no mercado, qual estúdio ocidental assumiria a produção de uma nova aventura tradicional de DK em side-scrolling à altura da trilogia Country para SNES?
Sob a supervisão técnica de Keisuke Tanabe. (Produtor de Metroid Prime Trilogy - Wii), a Retro Studios assumiu a responsabilidade e superou as expectativas dos fãs ao trazer o reboot Donkey Kong Country: Returns
para o console de natureza diferente da Nintendo no período em que os
jogos tridimensionais em alta definição banalizavam a indústria e classificavam a qualidade dos
mesmos. Porém, com a chegada do Wii U ao mercado internacional, uma sequência do jogo não era um projeto tão aguardado quanto o retorno voraz de Samus Aran. (heroína da franquia Metroid) em HD.
Na contramão dos internautas que esperavam por um novo Metroid Prime para Wii U, veio Donkey Kong Country: Tropical Freeze. Convenhamos que foi uma das revelações mais fracas e receosas dentre os jogos anunciados durante o NINTENDO DIRECT que antecedeu a E3 2013 com a sensação de que a franquia chegasse a saturação a exemplo das aventuras do bigodudo na série NEW Super Mario Bros.
Mas ssa
sensação durou pouco...
Donkey Kong Country: Tropical Freeze
Desenvolvedora: Retro Studios/ Nintendo
Publicadora: Nintendo
Lançamento (EUA): 21 de Fevereiro/ 2014.
Lançamento no Brasil: 20 de Março/ 2014.
Os reis da selva entraram numa fria...
Para acabar com a festinha de aniversário de Donkey Kong, os Snomad - uma frota de vikings antropomorfizados formada por corujas, morsas e pinguins criam uma crosta de gelo sobre a Donkey Kong Island. Depois de apreciar a belíssima animação de abertura, a família Kong deverá enfrentar todos os inimigos espalhados pelas 5 ilhas tropicais:- Lost Mangroves, Autumn Heights, Bright Savannah, Sea Breeze Cove, Juicy Jungle até alcançar a ancorada embarcação dos Snomad para recuperar o seu habitat.
Ao lado de Donkey & Diddy Kong, retornam a caçula Dixie Kong, o gorila ancião Cranky Kong e o trambiqueiro Funky Kong - que inclusive, continua vendendo balões em forma de vida extras e outras bugigangas mais.
Mais
uma vez, o voto de confiança da gigante japonesa não foi quebrado.
Ponto para o ocidental estúdio do Texas que ao homenagear os elementos
marcantes dos clássicos DKC2 e DKC3. (SNES);
conseguirá provocar os sentimentos saudosista nos jogadores veteranos,
mas com a experiência robusta de um jogo de plataforma no melhor estilo 2D com a cara da ditada nova ou oitava geração. Donkey Kong Country: Tropical Freeze marca o retorno das fases aquáticas e de David Wise. (o genial instrumentista responsável pela trilha sonora das três aventuras clássicas da família DK para SNES) na composição da trilha sonora que gruda ao pé do ouvido.
As riquezas do carnaval ecológico em metamorfose na selva congelada.
Com base no estilo artístico e engine do reboot DKC: Returns - Wii/ 3DS e a boa influência de DK: Jungle Beat - GC. (já que Tom Ivey e outros dois designers saíram da Retro para fundar um estúdio independente), os belos gráficos de DKC: Tropical Freeze rodam
em 1080p upscale e a 60 quadros por segundo para que as animações fluam
suavemente como seda.
Todos os cenários inspiradores das clássicas aventuras da família Kong
estão aqui, robustos e revitalizados dentre as novas ambientações: cavernas efervescentes
por lavas, savanas incendiadas, praias oceânicas invadidas
por chuvas torrenciais, as fábricas engrenadas por trilhos de ferros num
sobe e desce estilo montanha russa, cavernas rochosas que se esfarelam
em ruínas, estatuetas alegóricas e estandartes africanos que se transformam em plataformas.
Nenhuma das fases terminará com o ambiente que começou. Inclusive, essa ambiental metamorfose favorece a exploração de atalhos inimagináveis que revelam passagens secretas, e mais tarde, outras surpresas no mapa.
*Alguns estágios apresentam mais de três variações de ambientes, à exemplo do estágio MONGROVE COVE que abre a nova aventura.
Aveludados por um carnaval de cores vibrantes, todos os elementos visuais que escancara a invejável direção de arte dos cenários possuem auto relevo, vivacidade e sofrem transformações; provando que o feeling criativo
e o talentos dos desenvolvedores é o fator que determina a qualidade
gráfica de seus jogos e não apenas o poder de processamento de um
console.
A veracidade com que o vertiginoso jogo de câmeras se desloca em determinados momentos da fase e
os novos ambientes que se reconstroem do fundo da tela para as plataformas do
primeiro plano redefine a fórmula do velho e bom jogo de plataforma em 2D com profundidade tridimensional.
Destaque para os estágios Wildmill Hills e Wind Wild da 2ª ilha: Autumn Heights,
e sobretudo, o retorno triunfante das fases aquáticas com a estética
artística de silhuetas em contraste aos belos efeitos de luz emitidos
pelas escamas luminosas das cobras corais, das algas e leões marinhos
que revelam novas tonalidades de cores.
Nesta alegoria, existe uma
variedade impressionante de detalhes artísticos, mensagens subliminares
que reverenciam outras obras da Big N e texturas de alta definição para
determinados objetos sem o uso exagerado e inadequado dos efeitos de pixel shaders e partículas para maquiar as falhas poligonais que caracterizam os motores gráficos dos
jogos em HD.
*O estágio WIND WILD é composto por quatro ambientações distintas.
E por falar em polígonos, o poderio do Wii U
fez com que os artistas da Retro Studios se sentissem livres das
limitações tradicionais para criar cenários detalhadamente complexos com
mais de quatro diferentes planos em movimento, a modelagem dos objetos
sem a manjada implementação de bitmaps borrados e a realista pelagem dos macacos.
Além do primoroso level design
das fases, os chefes que encerram a exploração de cada uma das seis
ilhas tropicais são únicos, carismáticos, gradativamente criativos e
muito difíceis.
A forma de como enfrentamos eles, quebra paradigmas por fugir daquela velha tática: pule três vezes sobre ele para vencer.
Em troca de todo esse espetáculo visual, pagamos o preço com mais de 10 segundos de loading nas transições entre as fases e a visualização dos mapas. A leve escorregada na banana não causa nenhum desmérito ao jogo.
Que toquem os tambores, grande Wise.
O apurado retorno do instrumentista que cuidou da trilha sonora das três clássicas aventuras da família Kong no SNES - David Wise,
trouxe o som cristalino da mãe natureza que ecoam em sinergia com as
memoráveis músicas de fundo e a sublime movimentação dos elementos
visuais que ludibriam as pupilas de fantasia a exemplo das folhas que suavemente, caem das árvores e das cornetas estilizadas que emanam correntes de ar no estágio Horn Top Hop.
O repertório transita entre os metais de trompetes de uma verdadeira big band e a sequência de tambores tribais e outros instrumentos requintados para
elevar a sensação de nostalgia ao pé do ouvido através de composições
tão memoráveis quanto as clássicas que deram origem a sua reputação.
Saldo negativo.
No quesito jogabilidade, a ausência de quaisquer recurso de interatividade do GamePad, passa a impressão de que a nova aventura da família Donkey Kong não foi projetada desde o zero para o Wii U,
e sim, possivelmente como o último suspiro para o console antecessor
readaptado. Por esta razão, a melhor opção é jogá-lo com o Wii-RemotePlus + Nunchuk em mãos ou qualquer outra combinação de controles suportados do que gastar a bateria do apelidado controle-tablet, já que o jogo suporta todos os controles do Wii.
GamePad >
*Direcional Analógico ou Digital - Mover
*Botão B ou A - Pulo
*Botão Y ou X - Quando parado, Donkey Kong dá fortes palmadas sobre a superfície.
Quando está em movimentos, Donkey Kong dá rolamentos.
*Botão ZL ou ZR - Agarra.
*Botão L ou R - ataque especial quando os gorilas estão em dupla.
Wii-RemotePlus + Nunchuk >
*Direcional Analógico - Mover
*Botão A - Pulo
*Chacoalhada do Wii-RemotePlus - Quando parado, Donkey Kong dá fortes palmadas sobre a superfície.
*Chacoalhada do Wii-RemotePlus com o direcional analógico pra frente - Donkey Kong dá rolamentos, quando está andando.
*Botão Z - Agarra.
*Botão C - ataque especial quando os gorilas estão em dupla.
Macacos me mordam.
O alto nível de dificuldade de DKC: Tropical Freeze
é gradativamente similar aos desafios cabeludos das clássicas aventuras
de 20 anos atrás e obviamente, com uma linha de aprendizagem mais árdua
que seu reboot - isto significa que os jogadores veteranos das
antigas peritos em quebrar recordes comerão mais lama e poeira do que
bananas para chegar ao final dos estágios com todas as iniciais K.O.N.G. colecionáveis, as Puzzle Pieces
do quebra-cabeça, as moedas douradas; que mais tarde, revelarão artes
conceituais e estágios secretos dentre os extras destravados.
Aqui é fácil colecionar vidas extras. Difícil é mantê-las sem mandar a sétima geração de ancestrais dos devs da Retro para aquele lugar. (risos), depois de perder mais de 10 vidas em determinado ponto do mesmo estágio.
Durante
os famosos estágios em
que os macacos remanejam um carrinho de ferro sobre trilhos em alta
velocidade, as viscerais mudanças de câmeras são igualmente prazerosas e
traiçoeiras, da mesma forma que influenciam a dificuldade que a bordo
de um foguete, eles precisam desviar dos obstáculos para escapar das
garras de um inimigo gigantesco.
Revisitar
os estágios estende a longevidade do jogo que ainda permite disputar
troféus por vencer alguns desafios no menor tempo do modo Time Attack com suporte para dois jogadores.
Equipada com o famoso Barrel Jet, Diddy Kong flutua no ar durante alguns segundos.
Dixie Kong usa a sua cabeleira como uma hélice para atingir plataformas mais altas.
O pai de Donkey Kong - Cranky Kong sai ileso ao pular sobre superfícies espinhosas com a sua bengala inseparável.
Algumas mecânicas do original foram deixados de lado. Uma pena que no modo cooperativo com suporte para dois jogadores ou single-player, não é permitido alternar entre os dois personagens, já que você é forçado a controlar Donkey Kong. (mesmo quando Diddy, Dixie e Cranky Kong estão em sua garupa). Pelo menos, a dupla pode invocar um poder especial quando estão rodeados por muitos inimigos.
Ao destruir uma das caixas, eis que surge um convidado pra lá de familiar e especial: Rambi, o rinoceronte.
Montar
sobre ele para pular sobre as plataformas flutuantes numa determinada
velocidade não é uma das experiências mais confortáveis de se controlar.
Quem precisa da Rare?
Ao contrário da saudosa Rare, a Retro Studios sempre prezou pela qualidade dos jogos sem descaracterizar o estilo nipônico que define as obras da Nintendo.
Ainda que em décadas diferentes, o estúdio texano não tenha em seu currículo uma quantidade tão numerosa de jogos, o talentoso casting de velhos e novos profissionais pincelam as franquias emblemáticas da Nintendo com o mesmo cuidado que a Rare fez em sua época.
Tendo em vista que DKC: Tropical Freeze
é o primeiro jogo em alta definição da Retro Studios, seus artistas
fizeram dos retoques, erros e acertos do reboot uma obra de arte em
2D. (indispensável na coleção da sua 'gameteca') com mecânicas a frente de seu tempo para comprovar qual é a
plataforma de games que manda no gênero do velho e bom jogo 2D. Então, não há nada com que se preocupar. Definitivamente, a Nintendo tem uma subsidiária substituta de confiança na produção memorável de outros Metroid Prime´s e Donkey Kong´s
para os próximos anos.
Gráficos: 10
Som e Efeitos sonoros: 10
Controles e Interatividade: 8
Diversão: 10
Criatividade: 9
Fluência e Movimentação: 9
Desafio: 10
Longevidade: 9
Média. (produto final): 10
*Todas as fotos desta análise foram tiradas/ compartilhadas por via Miiverse a partir do gameplay em tempo real.
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